Projeção Gráfica: Prefeitura (Divulgação)
O artigo publicado na edição impressa do Diário de terça-feira, em que o ex-comandante da Aeronáutica tenente-brigadeiro Nivaldo Rossatto critica a decisão de ampliar o aeroporto civil junto à Ala 4 não caiu nada bem no governo Jorge Pozzobom (PSDB). Rossatto alerta que o compartilhamento da pista da Base Aérea com a aviação civil pode ser, no futuro, mais um ponto negativo para a manutenção da Base Aérea na cidade. É que, por causa disso, a Ala 4 dificilmente receberia novos caças militares em substituição aos atuais AMX e teria mais chances de ser fechada ou enxugada em uma eventual reestruturação da Aeronáutica. Com isso, Santa Maria correria o risco de perder mais de 1,5 mil militares.
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Conversei nesta terça com o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), que disse ter ficado surpreso com a postura de Rossatto. O chefe do Executivo disse que havia conversado várias vezes com o então comandante da Aeronáutica, em 2018, sobre os planos de construir um novo aeroporto e que técnicos da Força Aérea Brasileira definiram que o melhor local seria em uma área de 500 hectares no Arenal, a 15 km da Base, pois permitiria o compartilhamento do controle de tráfego aéreo e serviria de pista auxiliar à da Ala 4.
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O prefeito Pozzobom alega que, como não há de onde tirar dinheiro para construir o novo aeroporto agora, precisa pensar no presente e ampliar o terminal de passageiros do aeroporto civil, que utiliza a mesma pista da Base, para atender milhares de pessoas que voam por ano pela Azul. Ele lembra que essa ampliação, que deve ser feita com R$ 8 milhões do governo federal, é fundamental também para que Santa Maria conquiste voos diretos para São Paulo, já que a atual estrutura do terminal de passageiros não comporta voos de aviões maiores, a jato.
- Respeito a preocupação dele, mas temos de estar preparados para o hoje. A ampliação do aeroporto é fundamental para o desenvolvimento econômico de Santa Maria e região. Quantos milhares de pessoas virão, por exemplo, para as termas que estão sendo construídas no Recanto Maestro? A ampliação e reforma não atrapalha uma vírgula sequer a aviação militar, até porque está no contrato de cessão de uso do terminal de passageiros pela prefeitura, até 2025, que a qualquer momento que o comandante da Aeronáutica quiser, pode pedir o aeroporto de volta. Não tenho o menor receio de que isso vá provocar o fechamento da Base - afirmou Pozzobom.
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Ele diz que, apesar das críticas de Rossatto, seguirá com o projeto de ampliar o atual terminal de passageiros do aeroporto civil, obra que deve ser licitada em 2020.
Além disso...
É difícil prever o que ocorrerá no futuro, mas a redução do número de Bases Aéreas é uma possibilidade crescente. Rossatto, por ter participado das decisões sobre a reestruturação da Aeronáutica e os planos existentes em Brasília, sabe bem do que está falando e dos riscos que existem.
Ao mesmo tempo, diante da escassez de verbas federais e o elevado custo de um aeroporto novo, a saída achada pela prefeitura realmente é a mais fácil - como disse Rossatto - e talvez, a mais viável. Tomara que isso não signifique, no futuro, mais um motivo para um possível enxugamento da Base Aérea.